
Gente
Rostos que se misturam nas multidões
Olhares cruzados, descompassados
Talvez nunca mais se veja o mesmo rosto,
Traço acabado, vontade ou não de saber, rever, tentar entender
O que há por trás de rostos aflitos, afoitos, risonhos ou tranqüilos?
Mistérios debaixo de olhares, de gestos
Beleza, tristeza, ansiedade, esperança
Não se sabe nada de ninguém,
Imagina-se
Uns a correr, outros a parar
Uns de rir, alguns de chorar
Outros de espalhar sorrisos
Olhares ternos, complacentes, uns ferozes, indecentes, mas nada além
sem palavras, sem perguntas e respostas, sem certezas.
Para onde irão todos?
Certamente alguns à procura de outros, outros à espera de ninguém.
Muitos caminhando ao encontro da solidão de noites vazias,
Alguns antegozando o encontro de almas gêmeas, amores
Desejos e sentimentos tão diversos e presentes que, muitas vezes,
Parecem iguais.
Ilusão da proximidade
Gente que nunca se viu, se reconhecendo e duvidando
São tantos os rostos que se vê , que às vezes alguns são familiares.
Instantâneos da vida
Como aquelas velhas fotos nos álbuns de família, nos retratos na parede.
Quem sabe poder conhecer um pouquinho de cada um?
Gira o tempo, uns velhos, jovens chegando, tudo por conquistar
A mesma ânsia, a mesma pressa
Todos incrivelmente diferentes
No entanto, no fundo, estranhamente iguais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário